quinta-feira, 24 de maio de 2012

Os Índios Da Meia-Praia


Os Índios Da Meia-Praia

Zeca Afonso ( texto e musica para o filme: Índios da Meia Praia, realizado por Cunha Teles)

Aldeia da Meia-Praia
Ali mesmo ao pé de Lagos
Vou fazer-te uma cantiga
Da melhor que sei e faço
De Monte-Gordo vieram
Alguns por seu próprio pé
Um chegou de bicicleta
Outro foi de marcha a ré
Houve até quem estendesse
A mao a mae caridade
Para comprar um bilhete
De paragem para a cidade
Oh mar que tanto forcejas
Pescador de peixe ingrato
Trabalhaste noite e dia
Para ganhares um pataco
Quando os teus olhos tropeçam
No voo duma gaivota
Em vez de peixe vê peças
De ouro caindo na lota
Quem aqui vier morar
Nao traga mesa nem cama
Com sete palmos de terra
Se constrói uma cabana
Uma cabana de colmo
E viva a comunidade
Quando a gente está unida
Tudo se faz de vontade
Tudo se faz de vontade
Mas nao chega a nossa voz
Só do mar tem o proveito
Quem se aproveita de nós
Tu trabalhas todo o ano
Na lota deixam-te mudo
Chupam-te até ao tutano
Chupam-te o couro cab'ludo
Quem dera que a gente tenha
De Agostinho a valentia
Para alimentar a sanha
De esganar a burguesia
Diz o amigo no aperto
Pouco ganho, muita léria
Hei-de fazer uma casa
Feita de pau e de pedra
Adeus disse a Monte-Gordo
(Nada o prende ao mal passado)
Mas nada o prende ao presente
Se só ele é o enganado
Foram "ficando ficando"
Quando um dia um cidadao
Nao sei nem como nem quando
Veio à baila a habitaçao
Mas quem tem calos no rabo
- E isto nao é segredo -
É sempre desconfiado
Poe-se atrás do arvoredo
Oito mil horas contadas
Laboraram a preceito
Até que veio o primeiro
Documento autenticado
Veio um cheque pelo correio
E alguns pedreiros amigos
Disse o pescador consigo
Só quem trabalha é honrado
Quem aqui vier morar
Nao traga mesa nem cama
Com sete palmos de terra
Se constrói uma cabana
Eram mulheres e crianças
Cada um c'o seu tijolo
"Isto aqui era uma orquestra"
Quem diz o contrário é tolo
E toda a gente interessada
Colabarou a preceito
- Vamos trabalhar a eito
Dizia a rapaziada
Nao basta pregar um prego
Para ter um bairro novo
Só "unidos venceremos"
Reza um ditado do Povo
E se a má lingua nao cessa
Eu daqui vivo nao saia
Pois nada apaga a nobreza
Dos índios da Meia-Praia
Quem vê na praia o turista
Para jogar na roleta
Vestir a casaca preta
Do malfrao capitalista
Foi sempre a tua figura
Tubarao de mil aparas
Deixar tudo à dependura
Quando na presa reparas
Das eleiçoes acabadas
Do resultado previsto
Saiu o que tendes visto
Muitas obras embargadas
Mas nao por vontade própria
Porque a luta continua
Pois é dele a sua história
E o povo saiu à rua
Mandadores de alta finança
Fazem tudo andar pra trás
Dizem que o mundo só anda
Tendo à frente um capataz
E toca de papelada
No vaivém dos ministérios
Mas hao-de fugir aos berros
Inda a banda vai na estrada
Eram mulheres e crianças
Cada um c'o seu tijolo
"Isto aqui era uma orquestra"
Quem diz o contrário é tolo

Resistentes da Meia Praia

Resistentes da Meia Praia
 
 
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«Um grupo capitalista, que ostenta ligações ao poder político, age impunemente na Meia Praia. Contra a destruição do Bairro 25 de Abril, os moradores têm hoje a mesma união que há mais de 30 anos lhes garantiu o direito a viver em casas dignas»

No final de Novembro, em resposta ao deputado do PCP eleito pelo Algarve, a ministra Assunção Cristas colocou-se ao lado dos interessados em expulsar da Meia Praia as famílias de pescadores que habitam no Bairro 25 de Abril. Paulo Sá questionara o Governo sobre a falta de obras de requalificação (em particular, o não asfaltamento das ruas) e o corte de um caminho centenário (a deixar cerca de um terço da bela baía para uso exclusivo do Palmares Golf Resort, um empreendimento turístico de luxo).

O Governo evocou o Plano de Urbanização da Meia Praia, de 2007, e deu assim toda a cobertura à posição da Câmara Municipal de Lagos, a quem aquele PUMP foi oferecido... pela empresa Palmares. Ali se escreveu que «a área actualmente ocupada pelo Bairro SAAL – 25 de Abril, será renaturalizada, após realojamento da população residente».
A governante também invocou a Rede Ecológica Nacional, para explicar o impedimento ao asfaltamento das ruas. Mas não fez qualquer referência aos diplomas que determinam a utilidade pública dos terrenos, dão total legitimidade e legalidade à construção do bairro e atribuem à Câmara Municipal a responsabilidade das infraestruturas.
«A ideologia classista condenou o bairro à exclusão social», comentou, no blogue da concelhia do PCP, José Veloso, autor do projecto SAAL na Meia Praia. O arquitecto comunista, autor de contundentes e esclarecedores artigos na imprensa local e regional, acompanhou a reportagem do Avante! no bairro, na passada sexta-feira, e tem ali estado frequentemente, com outros camaradas.
Ainda no dia 22 de Outubro houve uma sessão do Partido, no Centro Comunitário do CASLAS (uma IPSS com forte implantação no concelho), onde foi mostrado um filme sobre a construção do bairro. O PCP ofereceu à Associação de Moradores um dossier com a legislação aplicável e um cartaz, colocado desde Novembro no largo principal. Um comunicado do Partido sobre este problema está afixado no café, ponto central do convívio de jovens e de seniores.
Numa breve volta pelas ruas, até ao «muro da vergonha» erguido ilegal e impunemente pela empresa proprietária do resort vizinho, fomos saudados amistosamente. José Veloso cumprimentou ainda alguns moradores do grupo inicial de construtores do projecto que liderou há três décadas e meia.
Contaram-nos que o actual presidente da Câmara, eleito em 2001 por escassos cem votos, que muito se esforçou por angariar com promessas de resolução dos problemas do bairro, há muito tempo não é ali visto. Pelo contrário, muitos recordam que o PCP nunca deu motivos para nele perderem a confiança.

História dá ânimo

Começaram a chamar «índios» aos pescadores que, no início da década de 1970, vieram de Monte Gordo e assentaram arraiais na Meia Praia. Tinham isco e marisco na Ria de Alvor, tinham peixe na Baía de Lagos... e tinham a GNR à perna, a destruir-lhes as barracas cobertas de junco, apanhado nas dunas. O colmo dava uma aparência de aldeia de índios. Resistentes, tanto quanto a sobrevivência exigiu, foram conquistando o espaço.
A revolução de Abril significou, para estes «índios», o direito a terem ali casa digna. Em Agosto de 1974 foi lançado no País o SAAL (Serviço Ambulatório de Apoio Local). José Veloso agarrou esse instrumento e levou a Meia Praia para um processo de participação popular, ainda hoje referenciado quando se trata de habitação social e que deu fama internacional a grandes arquitectos. No Bairro 25 de Abril as casas foram entregues em 1978 a 41 famílias.
Estes moradores fizeram tudo dentro da lei, trabalharam e pagaram, como lhes foi exigido. Tiveram apoios do Estado e têm direitos. Herdeiros de uma história de resistência, os «índios» de hoje estão dispostos a ir à luta, sabendo que as forças são muito desiguais, mas conscientes também de que a sua causa é justa.»

 http://www.avante.pt/pt/1995/emfoco/118869/

 


terça-feira, 22 de maio de 2012

Não se fala mais nisso


Acabou de sair uma notícia no Público que dá conta de uma ordem judicial que obriga os Precários Inflexíveis a ocultar todos os comentários que foram feitos à publicação feita no dia 10 de Maio de 2011 no seu blog, do testemunho de uma pessoa que tinha sido enganada por uma empresa chamada Axes Market. Grande parte desses comentários eram de pessoas a quem tinha acontecido o mesmo.
Contra o florescimento de arbitrariedades judiciais, e sem saber ainda se os PI vão obedecer ou não à ordem, reproduzo de seguida a publicação dos Precários Inflexíveis e os mais de 360 comentários que lhe foram feitos (em pdf).
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Recebemos no nosso mail um testemunho de uma pessoa enganada por uma empresa fraudulenta que se aproveita da fragilidade do desemprego para conseguir arranjar trabalho grátis. Segue o testemunho na íntegra:

Car@s Precári@s,

Contacto-vos porque, no início deste ano, ao procurar um emprego em part-time para conciliar com a faculdade, acabei por ser vítima de uma suposta empresa de marketing que chegara a Portugal em Agosto de 2010 e se encontrava (e encontra) a recrutar colaboradores.

Ficam, ainda, muitos pormenores escabrosos por relatar, pois a lista é quase infinita. Gostaria apenas, por enquanto, de alertar tod@s @s jovens que se encontram à procura de emprego para que não caiam nesse esquema. Eles têm anúncios em sites de emprego legítimos, e ao que parece, mudam o nome e a localização dos escritórios com alguma frequência, portanto é possível que se venham a deparar com a mesma empresa sob outro nome. De momento, o nome AXES MARKET continua a constar nos anúncios.

O que aconteceu, resumidamente, foi o seguinte:

Enviei o meu currículo através do site "Empregos Online" e fui contactada no dia seguinte para marcação de entrevista. Perguntei a quem me deveria dirigir quando chegasse ao local e informaram-me de que só teria que dizer que vinha para entrevista, pois esta seria realizada pelo director. Solicitaram-me, ainda, que levasse uma cópia do meu currículo.

No dia seguinte, dirigi-me ao 6ºesquerdo da Rua Rodrigues Sampaio nº 30, onde fui entrevistada, em inglês, por um norte-americano (o director) que falou muito rapidamente acerca da função a desempenhar e me disse que, entre os cerca de trinta entrevistados naquele dia, menos de dez seriam contactados para a segunda fase de selecção.

No final do dia, a empresa entrou em contacto comigo para informar que tinha sido uma das escolhidas, e que deveria comparecer no dia seguinte às 12h30, vestida profissionalmente mas com sapatos confortáveis, pois iria acompanhar um colaborador ao longo do dia de trabalho. Pediram-me, ainda, que confirmasse a minha disponibilidade entre as 12h30 e as 20h, visto ser este o tempo que deveria permanecer com o colaborador em questão.

No dia seginte, fui então para o "terreno" com aquele que viria a ser o meu "leader" e mais dois colegas. O primeiro começou por fazer-me perguntas básicas: a minha experiência profissional, os meus objectivos, etc. Quando lhe disse que já tinha tido alguns empregos de Verão em lojas e que gostava do contacto com o público, ele respondeu: "Pois, mas vendedor qualquer idiota pode ser. Nós estamos a recrutar líderes, e a fase das vendas directas não é determinante, é apenas parte do processo.". Eu não me recordava de me ter candidatado a chefe de equipa uma vez que, como já referi, sou estudante e estava apenas à procura de um part-time - mas enfim, se encontrasse algo melhor que um call center não me faria rogada. Posteriormente, fui bombardeada por uma série de questões e informações acerca da área das vendas directas (porta-a-porta), enquanto, literalmente, corria atrás do tal líder. Tive ainda que responder a um questionário sobre os meus pontos fortes e fracos (10 de cada), bem como mencionar 15 características de um bom líder. Para além disso, foi-me pedido que respondesse a 3 adivinhas e que dissesse como imaginava a minha vida em 1, 5 e 10 anos. Tudo isto enquanto subia e descia escadas.

Á hora de almoço, o "líder" fez numa folha do meu caderno um esquema da progressão dentro da empresa e das remunerações, sendo que, na fase inicial, um colaborador receberia entre 250 a 300€ por semana, passando depois a 500 e assim sucessivamente. O horário de trabalho seria de segunda a sexta, entre as 11 e as 21h, sendo, no entanto, totalmente flexível para trabalhadores-estudantes.

Às 22 horas desse mesmo dia, completamente encharcada e cheia de feridas nos pés, caminhei com o líder até à estação do metro, onde este me disse que eu parecia ser uma pessoa empenhada e com muita força de vontade, mas não era extraordinária em nada e, assim sendo, ele não sabia se devia ou não recomendar-me ao director. Pediu-me que lhe dissesse o que tinha, então, de especial para ser escolhida entre os 5 que tinham passado à esta fase, pois só iriam ficar com uma pessoa - ou nenhuma, se não houvesse um candidato realmente à altura. Pressionou-me até eu responder que não sabia mais o que me distinguia dos outros e que, embora gostasse de ficar com o emprego, não teria qualquer problema se não fosse seleccionada, uma vez que respondera a diversas ofertas.

No final, fui novamente ao gabinete do director onde, surpreendentemente, este me deu os parabéns por ter sido seleccionada e que deveria começar no dia seguinte.

No dia seguinte, houve um "Opportunity Meeting" com o director, onde nos foi feita uma lavagem cerebral, cujo objectivo era fazer-nos crer que ganharíamos um bom ordenado ao mesmo tempo que progredíamos na carreira, e tudo isso dependeria apenas da nossa dedicação. Essa dedicação, como vim a verificar nas 3 semanas em que estive na empresa, consistia em trabalhar DOZE HORAS POR DIA, 6 DIAS POR SEMANA, recebendo apenas uma comissão de 20 ou 30€ por venda - e, como é óbvio, nem sempre se vendia, principalmente porque nos enviavam para a mesma zona de dois em dois dias. As despesas de deslocação e alimentação eram por nossa conta pois, teoricamente, éramos trabalhadores independentes.

Dada a dificuldade de encontrar na internet qualquer informação relevante acerca da empresa (que tem, pelo menos, três nomes) optei por pesquisar o nome do director e as minhas suspeitas confirmaram-se: a empresa não passa de um esquema para encher os bolsos de quem está no topo, não tanto através das vendas, mas sobretudo do recrutamento de "distribuidores" (nas três semanas em que lá trabalhei, entraram pelo menos vinte novas pessoas), que serão, também eles iludidos pela promessa de crescimento profissional e sugados por charlatães que tentam a todo o custo afastar-nos da realidade e que nos querem fazer crer que somos uns preguiçosos se o dia de trabalho não nos corre bem – mesmo depois de termos passado o dia inteiro à chuva, a bater a portas e a ouvir reclamações.

Eu saí da empresa a um mês depois e até hoje não recebi um cêntimo pelas vendas que fiz. Recusei diversas entrevistas de emprego por achar que estava a trabalhar numa empresa a sério, e agora continuo sem trabalho – e com receio de voltar a deparar-me com uma situação semelhante.

Ficam, ainda, muitos pormenores escabrosos por relatar, pois a lista é quase infinita. Gostaria apenas, por enquanto, de alertar tod@s @s jovens que se encontram à procura de emprego para que não caiam nesse esquema. Eles têm anúncios em sites de emprego legítimos, e ao que parece, mudam o nome e a localização dos escritórios com alguma frequência, portanto é possível que se venham a deparar com a mesma empresa sob outro nome. De momento, o nome AXES MARKET continua a constar nos anúncios.

Grata pela atenção.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

E a Angola de que não se fala?



Bosses hold 1000 Indian workers hostage in Angola
Bosses hold 1000 Indian workers hostage in Angola


Over 1200 Indian workers have been left stranded, and effectively held hostage by bosses in Angola after their passports and other travel documents were confiscated in revenge for taking industrial action over not being paid anything for over six months.
The workers are employed by ETA Star International, who produce cement at their factory in Sumbe. The workers went on strike after bosses refused to pay their wages. As workers protested outside the plant, the bosses called the police who fired around 300 bullets at protestors, as well as tear gas shells. There are reports of several injuries, and over forty arrests, with many currently in prison.
Despite not paying the workers any money for six months, the factory management have defended the move to confiscate the workers passports, and have declared the strike “illegal”.
A representative of the workers reports that:
Quote:
"Their passports have been seized... they are wandering in forest without any food and battling for their life... their family members are crying... media is reporting the matter for 15 days but the government is silent on this sensitive matter.”

http://libcom.org/blog/bosses-hold-1000-indian-workers-hostage-angola-16052012

Papéis às avessas


Há uns dias atrás, o meu avô recebeu uma carta remetida pelo Conselho Directivo da Administração Central do Sistema de Saúde a anunciar que, segundo informação da Autoridade Tributária e Aduaneira, o seu rendimento anual ultrapassava o valor máximo pelo qual se calcula a “insuficiência económica” que justifica a isenção de pagamento de taxas moderadoras (os critérios do Regime das Taxas Moderadoras terão sido reajustados pelo art.º 6.º DL 113/2011 de 29 de Novembro e da Portaria 311-D/211 de 27 de Dezembro). Segundo a carta, é a mesma ATA que comunica ao Ministério da Saúde estas informações.

Ora, feitas as contas com base na mesma declaração de IRS que a carta referia como fonte dos dados usados no cálculo, a dividir pelos 12 meses do ano e pelos membros do agregado familiar, o dito rendimento fica, na verdade, cerca de 6€ abaixo do limite máximo que enforma esse escalão (mais tarde soube-se que afinal a divisão se deve fazer por 14 meses, pelo que a diferença é ainda maior). Na Segurança Social cá do burgo encaminharam o meu avô para o Centro de Saúde, onde ele teve de passar mais de meia hora a insistir com o pessoal da recepção que a exclusão era injusta e que o caso teria de ser resolvido, argumentando com os documentos na mão e com as contas que fizera. Meia hora de "nãos" depois, lá concluíram que talvez fizesse sentido dar conta do erro. Fora da quadratura de formulários e procedimentos regulares, apareceu outro funcionário que tratou de acompanhar a elaboração de uma reclamação para que a informação fosse corrigida. A carta inicial dizia que cabia aos cidadãos manter a sua Unidade de Saúde “actualizada”, referindo 30 de Setembro como data da avaliação anual da situação familiar. Actualizar não é sinónimo de corrigir, mas ainda é cedo para saber se a resposta será ou não adequada.

Entretanto, impõem-se algumas questões: quantas pessoas assentiram ficar sem isenção, tendo direito a ela, depois de receberem cartas semelhantes? Quantas dão meia volta depois de um assertivo NÃO numa repartição pública? Uma qualquer teoria da conspiração aventaria que este é mais um ataque dissimulado ao direito à saúde, com o objectivo de sacar uns cobres para os cofres do Estado.
Como diria o outro, "Eu cá não sou de intrigas, mas..." Fica o alerta.