quarta-feira, 7 de novembro de 2012

And I absorb back in the words, hey sit there festering inside my bowels...*

* Consequence of Sound (Regina Spektor)

Faz todo o sentido que Isabel Jonet se venha a esforçar por convencer o pessoal de que a austeridade é culpa de quem se atreve a pedir empréstimos para comer bifes em vez de aceitar de cabeça baixa o pacote de arroz do Banco Alimentar. Aliás, o sonho mais secreto de Isabel Jonet é que Portugal se venha a assemelhar àqueles países em "emergência humanitária" onde a agricultura local é esmagada pelas papas de arroz com milho que as ONG distribuem pelas populações famintas e deficientes em proteínas, convenientemente sem forças para sair do aldeamento caritativo.


Que fique de uma vez por todas claro: o Banco Alimentar, à semelhança de tantas as organizações do 3º sector (atrevo-me a dizer que a maioria das que têm visibilidade), não servem para ajudar ninguém, mas sim para sustentar os estatutos sociais dos(as) seus/suas presidentes, não raras vezes membros de uma burguesia salazarenta e com ligações privilegiadas aos partidos do poder que vão transferindo para elas dinheiros públicos que deviam ser distribuídos de forma justa pelo Estado e não de forma arbitrárias pelos funcionários destas organizações privadas. Desafio que quiser aceitar o desafio a procurar na sua cidade os armazéns onde o BA armazena as doações (não é difícil, pois dependendo da dimensão da cidade conhece-se sempre alguém que conhece alguém que conhece alguém que aluga ou cede um armazém ao BA) e a contabilizar a comida fora de prazo que lá se encontra. Basta este exercício e as palavras tão esclarecedoras da senhora nos meios de comunicação (nem quero imaginar o que deve dizer em privado!) para perceber que a principal finalidade do BA não é matar a fome de ninguém, mas sim manter a Isabel Jonet nas elites.

Sem comentários: